Trata-se de “escrever torto por linhas direitas”.
Elaborado Por Andreia Sofia Neves de Sousa em 2014/2015
Como fonte privilegiada para a obtenção de informações sobre a “saúde” financeira empresarial, a contabilidade deve prestar informações verídicas aos denominados utentes da informação financeira, deve ser preparada de uma forma imparcial e representando a verdadeira situação da empresa. Mas infelizmente muitas vezes não é o que acontece.
O presente trabalho pretende trazer umas luzes sobre este assunto:
Paper: Contabilidade Criativa
Por incrível que pareça, não é assim tão invulgar que as empresas tenham pelo menos dois balanços.
- Um primeiro balanço que é o real e que serve como fonte de informação para a equipa de gestão na tomada de decisões;
- Um segundo que a empresa cataloga como “oficial”, sendo este apresentado à administração fiscal e à banca.
Como é óbvio, entre estes dois balanços existe uma manipulação de resultados mais ou menos significativa, que se encontra de acordo com os benefícios que a empresa pretende obter no curto prazo, ou, por outras palavras, enganar alguém.
Este segundo balanço vai espelhar uma realidade que não existe. Trata-se de recorrer a técnicas de contabilidade criativa (CC) que, embora legais, dado que consistem no aproveitamento da flexibilidade existente nos princípios e normas contabilísticas, levantam questões éticas.
Mesmo não infringindo a legalidade, o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) veio permitir uma certa subjetividade, proporcionando uma flexibilidade na utilização dos critérios, o que permite abrir várias possibilidades para que uma realidade sejar evidenciada de várias maneiras, de acordo com a vontade da empresa.
O presente trabalho tem como finalidade demonstrar de que forma a manipulação de resultados influencia a realidade contabilística e identificar as principais práticas e motivações da contabilidade criativa. Observar-se-á o impacto do SNC, bem como a análise da fronteira da contabilidade criativa com a ética. Por fim, ver-se-ão algumas formas de combater estas práticas.
A contabilidade criativa vai ser sempre um tema de investigação, uma vez que a sua resolução definitiva é muito difícil de alcançar. Na verdade, face às políticas contabilísticas previstas no SNC e aos diferentes critérios de mensuração, estimativas, entre outros, ficará sempre a cargo do órgão de gestão a tomada de decisão (sob a ótica que mais lhe favorece) sobre como as suas demonstrações financeiras serão elaboradas.
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Elaborado por Andreia Sofia Neves de Sousa: 2014/2015
- A fraude fiscal e contabilística, em Portugal e na Europa
- O combate à fraude contabilística e fiscal em Portugal
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- Para saber mais sobre “Impression Management”
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- Contabilidade criativa: escrever torto por linhas direitas
- Contabilidade Forense, apurar o DOLO depois da insolvência
Trabalho catalogado por JPMO
João PM de Oliveira
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